Orunmilá era um babalaô que estava com um grande problema. Orunmilá estava fugindo da morte, de Iku, que o queria pegar de todo jeito.
Orunmilá fugiu de casa para se esconder. Correu pelos campos e ela sempre o perseguia obstinada.
Correndo e correndo, Orunmilá chegou ao rio. Viu uma linda mulher lavando roupa, era Yewá lavando roupa junto à margem.
”Por que corres assim, senhor? De quem tentas escapar?” Orunmilá só disse: ”hã, hã”. Foges da morte? Adivinhou Yewá. ”Sim”, respondeu ele.
Yewá então o acalmou, ela o ajudaria.
Yewá escondeu Orunmilá sob a tábua de lavar roupa, que na verdade era um tabuleiro de Ifá, com fundo virado para cima e continuou lavando e cantando alegremente.
Então chegou Iku, esbaforida. Feia, nojenta, moscas envolvendo-lhe o corpo, sangue gotejando pela pele, um odor de matéria putrefata empestando o ar.
A morte cumprimentou Yewá e perguntou por Orunmilá. Yewá disse que ele atravessara o rio e que aquela hora devia estar muito, muito longe, muito além de outros quarenta rios.
Yewá tirou Orunmilá de sob a tábua e o levou para casa são e salvo. Preparou um cozido de preás e gafanhotos servido com inhames bem pilados.
A noite Orunmilá dormiu com Yewá e Yewá engravidou.
Yewá ficou feliz pela sua gravidez e fez muitas oferendas a Ifá.
Yewá era uma mulher solteira e Orunmilá com ela se casou. Foi uma grande festa e todos cantavam e dançavam. Todos estavam felizes.
Yewá cantava: ”Orunmilá me deu um filho”. Orunmilá cantava: ”Yewá livrou-me da morte”. Todos cantavam: ”Yewá livra de Iku, Yewá livra de Iku”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário